2 de outubro de 2013

"Da guerra ao porto alegre-Memórias de Simcha Brodacz"- lançamento da Casa Editorial Luminara



Foi lançado ontem, 01 de outubro de 2013, em Porto Alegre, o livro "Da guerra ao porto alegre-Memórias de Simcha Brodacz", escrito pelo médico psiquiatra Fábio Brodacz, filho do protagonista.

Resenha

Contar, escutar, traduzir. São estes os principais verbos que deram origem ao livro “Da guerra ao porto alegre- Memórias de Simcha Brodacz”, escrito pelo médico psiquiatra Fábio Brodacz. Simcha é sobrevivente do holocausto, Fábio é seu filho. Simcha contou para Fábio suas histórias de vida, da guerra ao seu porto, o porto alegre, onde criou raízes. Em Porto Alegre, fez casa, família, trabalho. Raízes. Fábio escutou Simcha em encontros combinados, imbuído do desejo de transformar esta escuta em relatos sobre o percurso de seu pai. E então, Fábio traduziu, em palavra escrita, dores, perdas, trajetos, superações, alegrias, encontros, resiliência. Fábio seguiu a linha de tempo de Simcha através de ferramenta tão presente em sua atividade como psiquiatra, a escuta: o resultado foi a tradução das vivências em textos que tramam memórias e licenças poéticas.
Um filho ouviu a história de seu pai. Daí a achar a sua própria num livro fascinante foi um passo.”, registra o médico psiquiatra e escritor Celso Gutfreind, ao prefaciar a obra do colega e amigo.  Celso Gutfreind, além de prefaciar, também apresentou a obra na ocasião do lançamento, na Livraria Cultura do Bourbon Country, em Porto Alegre.
Ao receber os originais para avaliação, tocou-me refletir sobre seu conteúdo e sobre sua forma, mas algo transbordou para além destes pontos: a força do processo de criação do livro. O pai que conta ao filho sua história de sobrevivência à guerra, o pai que conta ao filho sua instalação em um outro país, em uma outra cidade, o pai que conta ao filho a formação de sua família nesta nova cidade. E então o filho torna-se personagem da história do pai. E o pai torna-se narrador de sua história para o filho, que a escuta, a traduz, a molda em prosa e poesia. O filho torna-se, pois, narrador da história do pai.
 Fábio, o filho, conta a história de Simcha, o pai, em um tecido de lembranças e de imaginação, no ano em que o primeiro celebra seus 40 anos e o segundo seus 80. Temos, aqui, 120 anos de histórias entrelaçadas.
                              

Betina Mariante Cardoso- Editora da Casa Editorial Luminara